Somos três irmãs católicas anteriormente em ensino doméstico : Alfazema(18 anos),Poppy(16 anos) e Mel(12 anos).
terça-feira, 29 de junho de 2021
As transformações sociais e culturais do 3º quartel do séc. XX
Da Revolução dos Cravos à formação da nova democracia
A origem da Revolução dos Cravos
Durante a guerra colonial, o governo sentiu necessidade de aumentar exponencialmente o nº de capitães. Para isso acontece, fizeram um decreto em que afirmavam que, a partir daí, estes seriam formados intensivamente em 2 semestres.
Este ato fez com que os outros capitães (que tinham 4 anos de formação) se revoltassem, e procurassem uma maneira de acabar com o regime, pois, segundo eles, a guerra apenas terminaria, quando o regime terminasse. Para pôr esse propósito em prática, estes e outros militares preparam um golpe militar.
Tentam uma primeira vez, a 16 de março de 1974, mas, falham; tentam outra vez a 25 de abril desse mesmo ano e têm sucesso.
Nesse momento, o regime terminou e os órgãos que o suportavam (PIDE, a mocidade portuguesa, o governo do desse mesmo regime...) foram sendo dissolvidos e, muitos dos seus membros castigados (presos ou mandados para o exílio).
Com esta parte do processo terminado, "só" falta a parte de formar uma verdadeira democracia.
As primeiras medidas de democratizar o país
Em primeiro lugar, foi fundado um governo provisório chefiado por Adelino da Palma Carlos e, sendo o Presidente da República o General Spínola. Este iria redigir as leis que iriam orientar as eleições da Assembleia Constituinte. Para além disso, este incentivou a criação de partidos políticos.
Este exercício da liberdade de associação teve como consequência um grande números de conflitos entre os vários partidos; o que gerou um período que mais se parecia com a 1ª República com os seus múltiplos governos e as manifestações de uns partidos contra os outros. Resumindo, uma grande confusão a nível nacional, de tal forma que se estava à beira de uma guerra civil.
Quase se instaurou um governo comunista em Portugal, mas, com o trabalho conjunto dos tradicionalistas/menos extremistas (centro direita + direita), os comunistas são afastados do poder e o poder do MFA (aqueles que lideraram a revolução) foi diminuído até à esfera militar, exclusivamente.
Em 1976, é promulgada a Constituição onde são apresentados os vários poderes exercidos pelos vários órgãos políticos, os direitos e deveres dos cidadãos, entre outros pontos (na sua 1ª versão).
A descolonização*
No que toca à descolonização, houve duas variantes: a independência pacífica (no caso de Cabo Verde e da Guiné Bissau) e a independência conturbada (no caso de Angola e de Moçambique).
Nestes últimos casos, a violência deve-se aos vários grupos que desejam formar governo e que lutam entre si. Portugal também teve os seus problemas internos nesta questão pois alguns políticos (ex: General Spínola) não estavam tão de acordo, em relação à declaração da independência das mesmas; mas, eventualmente, reconhece o governo de um desses grupos e a independência dos países (Angola - 11 de novembro de 1975). Mas, após a sua independência, continuaram com uma guerra civil entre os dois grupos.
Estas independências causaram outra consequência - o aumento do desemprego, com as populações retornadas das antigas colónias que também não têm condições para viver decentemente.
A democratização propriamente dita
A Constituição foi revida algumas vezes, de forma a polir os extremos ideológicos, apaziguar os conflitos políticos e estabelecer os órgãos políticos como os conhecemos atualmente.
Para além disso, em 1985 Portugal entra para a CEE, o que ajudou a estabilizar o país (devido às verbas investidas pela mesma).
Com estas medidas, o país consegue um governo estável pela primeira vez (entre 1987 e 1991 o PSD ganha as eleições). E começam a aumentar o investimento estrangeiro e as exportações, o que melhora bastante a situação económica portuguesa, ainda que piore a situação da agricultura e das pescas que, a partir daí tem de competir com o estrangeiro.
*Ver este post onde eu falo da independência de Timor-Leste.
sexta-feira, 25 de junho de 2021
Estado Novo
Com o insucesso da primeira república, a maioria da população começa a desejar a extinção deste tipo de governo e a instauração de um regime autoritário que restabelecesse a ordem no país.
Os primeiros sinais de que isto estava para acontecer foram as revoluções falhadas que foram ocorrendo por todo o país.
Até que, em 1928, António de Oliveira Salazar torna-se Ministro das Finanças e consegue resolver os problemas financeiros do país.
Este vai a pouco e pouco ganhando mais poder, até que se torna o ditador português do Estado Novo (ditadura do tipo fascista).
Esta ditadura tinha as seguintes características:
- Concentração dos poderes legislativo e executivo na pessoa de Salazar;
- Proibição de todos os partidos políticos, excetuando a União Nacional;
- Supressão das liberdades individuais (liberdade de expressão, de reunião e o direito à greve);
- Utilização da propaganda para controlar a sociedade (através da utilização dos meios de comunicação, de cartazes e de manuais escolares únicos);
- Introdução do corporativismo (submissão dos interesses dos trabalhadores e dos patrões aos interesses do Estado, abolição dos sindicatos livres).
- Investimento no desenvolvimento das várias indústrias, em especial, na de siderurgia, de metalomecânica, de petroquímica, de adubos e de celulose; investimento no desenvolvimento das colónias e na melhoria das condições de vida da população através da criação de empregos com as medidas mencionadas anteriormente;
- Investimento nas mesmas indústrias mas, procurando abrir-se um pouco ao estrangeiro com a entrada de Portugal na EFTA, através da qual aumentam as exportações nacionais;
quinta-feira, 24 de junho de 2021
A 2ª Guerra Mundial
Tudo começou com as invasões da Alemanha aos países vizinhos (as regiões do Sarre e da Renânia, toda a Áustria e parte da Checoslováquia).
Ao verem isto, as democracias europeias (Reino Unido e França) decidem olhar de lado, e não fazer nenhum ato militar contra a Alemanha, tentando apenas negociar com a mesma através de atos diplomáticos (Conferência de Munique), de forma a evitar um conflito mundial.
Após estas negociações vãs, a Alemanha e a URSS fazem um acordo de não agressão, onde dividiram, secretamente, a Polónia entre si.
Quando estes verificam que esta não para de anexar cada vez mais territórios à sua "Grande Alemanha" (em especial a Polónia, a qual se alia a estes países), vêm que não têm outra opção senão declarar guerra à Alemanha.
Passado pouco tempo, o Japão também começa a invadir os seus vizinhos (a Coreia e a China) para formar um império.
Como, mais uma vez, os países ocidentais não querem criar uma segunda guerra global, nada fazem para auxiliar os países invadidos.
Enquanto isso, em Espanha começava uma guerra civil entre republicanos e conservadores.
A Alemanha e a Itália, ao verem esta situação, aproveitam para testar as suas novas armas apoiando um dos lados do conflito.
Quando esta acabou acabaram por vencer os conservadores.
Voltando ao conflito mundial, os Aliados (França, Reino Unido e Polónia) tentaram sem sucesso conter o avanço dos alemães, pois em poucas semanas, estes já tinham conquistado a Bélgica, os Países Baixos, a Dinamarca e a Noruega (e, pouco mais tarde, a França). Este insucesso deveu-se à sua inferioridade militar pois estes usavam armas menos desenvolvidas que os alemães. Esta fase da guerra ficou conhecida por guerra-relâmpago.
Após estas conquistas, a Alemanha prepara-se para invadir o Reino Unido, bombardeando as suas principais cidades, de forma a desmoralizar a população e facilitar a execução da mesma. Mas, esta estratégia não funcionou como se esperava pois, o Reino Unido liderado por Winston Churchill, e apoiado pela Família Real que permaneceu em Londres durante os bombardeamentos, reorganiza-se e faz frente aos alemães.
Depois disto ocorre uma reviravolta na guerra. Esta baseou-se em três acontecimentos:
O primeiro foi a invasão alemã da URSS sua aliada, que, a partir daí, deixa de o ser.
O segundo foi a invasão japonesa da base americana de Pearl Harbor, trazendo os EUA para o conflito.
E o terceiro foi a travagem das tropas alemãs em Estalinegrado pelas tropas soviéticas.
A partir deste momento, a tática alemã passa a ser defensiva, em vez de ofensiva.
Em 1943 os Aliados vencem os nazis no Norte de África e, invadem a Itália.
Em 1944, no dia 6 de junho (dia D) estes desembarcam na Normandia, iniciando assim, a libertação da França e o avanço contra a Alemanha, ajudados a leste pela URSS.
As tropas soviéticas chegam a Berlim a 2 de maio e os Aliados a 4 desse mesmo mês; e a Alemanha rende-se 3 dias depois.
Já a guerra entre os EUA e o Japão demorou bastante mais tempo.
A 6 de agosto de 1945 os americanos lançam a 1a bomba atómica sobre a cidade de Hiroxima, e poucos dias depois, deitam a segunda em Nagasaki.
A 8 de Agosto a URSS declara guerra ao Japão, consequentemente, este rende-se a 14 de agosto, terminando assim a guerra.
terça-feira, 22 de junho de 2021
Período Pós-1ª Guerra Mundial
Neste post irei abordar vários aspetos deste período (os quais tentarei falar de forma ordenada); que são os seguintes:
- Novos países emergentes;
- a criação da Sociedade das Nações (SDN)
- os "loucos anos 20";
- o Crash da Bolsa de Nova York;
- a ascensão do comunismo na Rússia;
- a ascensão das ditaduras europeias;
- a humilhação da Alemanha e a ascensão do nazismo.
Países emergentes
Vários países emergem dos antigos impérios (a Austro-Hungria dividiu-se em Checoslováquia, Áustria, Hungria, Jugoslávia; a Polónia consegue a independência da Rússia e da Alemanha (neste caso apenas uma pequena parte lhe pertencia)).
A sociedade das Nações
Outro facto importante deste período foi a fundação da SDN (espécie de protótipo da ONU) que tinha por objetivo evitar guerras, fazendo que os países envolvidos num desacordo discutissem pacificamente as suas diferenças e resolvessem os seus problemas sem derramamento de sangue.
Os "loucos anos 20"
O Crash da Bolsa de Nova York
A ascensão do comunismo na Rússia
A ascensão das ditaduras europeias
A humilhação da Alemanha e a ascensão do nazismo
A Alemanha é completamente humilhada com o Tratado de Versalhes com as medidas absurdas* que lhe foram impostas (ex: indemnizações aos países vencedores que equivaliam ao dobro das receitas anuais nacionais).
Estas medidas resultaram numa grande miséria na Alemanha. Esta miséria foi aproveitado pelo partido nazi e por Adolf Hitler para subir ao poder através da retórica.
*Eu não estou a desculpar os atos da Alemanha, mas sim a dar a minha opinião sobre os "castigos" que lhe foram impostos.
sábado, 19 de junho de 2021
Europa nos séculos XVI - XVIII - parte 2 - Revolução Industrial Inglesa e o mercantilismo europeu
Mercantilismo europeu
Revolução Industrial
A Revolução Industrial Inglesa foi uma revolução que marcou a História desta nação, e das outras à sua volta.
Esta começou no final do século XVIII com a invenção dos 1ºs engenhos mecânicos destinados a aumentar e acelarar a produção de produtos (ex: fiadora mecânica). Estes ainda não tinham motor, por isso tinham de ser operados por artesãos; os quais aplicavam os seus conhecimentos ao utilizarem os mesmos.
Passado algum tempo, é inventado o motor a vapor. Este é instituído nas indústrias têxtil, metalúrgica e siderúrgica, impulsionando as novas máquinas industriais. Estas, ao contrário dos engenhos anteriores, não necessitam de trabalhadores conhecedores do processo de fabrico de um dado produto - os artesãos, mas apenas de trabalhadores que as vigiem e façam pequenas tarefas - os operários.
Com estas mudanças, as quantidades de produtos produzidas tornam-se exponencialmente maiores que as produzidas anteriormente. Para além disso, com esta quantidade de produtos é possível resolver problemas regionais de subsistência facilmente, enviando tudo o que é necessário para essa zona.
No entanto, existiram várias desvantagens deste acontecimento; a enorme poluição causada pela utilização do motor a vapor propulsionado a carvão, os operários que passam a viver em condições horríveis e os conhecimentos práticos da profissão de artífice que deixam de ser valorizadas.
quinta-feira, 17 de junho de 2021
Europa nos séculos XVII e XVIII - parte 1
A população europeia durante este período sofreu uma alteração drástrica.
Mesmo que, inicialmente a taxa de mortalidade continuasse alta devido às guerras*, epidemias (menos graves que as do século XIII) e fomes, as condições foram melhorando através das seguintes medidas:
- o maior cuidado com a higiene (utilização mais frequente de sabão, aparecimento de esgotos e água corrente nas cidades mais importantes...),
- a melhoria da alimentação com o aumento do consumo de cereais (em especial, com a substituição dos cereais piores pelo trigo), a introdução das colheitas dos tubérculos, de forma a poder alimentar o gado durante o inverno, e possibilitar o comer carne fresca durante todo o ano;
- a melhoria nos materiais utilizados na construção de casas substituindo a madeira pelos tijolos para as paredes, o colmo por pedra ou ardózia;
- o desenvolvimento da medicina e da cirurgia;
- e a maior atenção na destruição do lixo e do enterramento apropriado dos mortos.
- a reforma protestante que origina várias guerras, incluido *"A Guerra dos 30 anos";
- a coesistência do absolutismo e do parlamentarismo nos vários reinos europeus;
- e o caso particular português.
Guerras e a "Reforma Protestante"
Absolutismo
Governos Parlamentaristas
Caso português
terça-feira, 8 de junho de 2021
terça-feira, 1 de junho de 2021
Valores, vivências e quotidiano da Europa no século XI -XIV
Os dois post anteriores sobre este período foram: um sobre a Europa e outro sobre Portugal, em específico.
O de hoje vai ser sobre os valores, as vivências e o quotidiano que se vivia durante este período.
Irei abordar os seguintes temas:
- as ordens mendicantes e as confrarias que as seguiram;
- a arte gótica com todas as suas características;
- as peregrinações e as viagens que se começam a realizar durante este período;
- e o surgimento das universidades.
As ordens mendicantes
A arte gótica
- o arco em ogiva;
- os múltiplos vitrais coloridos que representavam episódios da bíblia e da vida dos santos;
- a verticalidade;
- a sua altura colossal;
- os arcobotantes e os contrafortes.
Fig. 2 - principais características da arquitetura gótica. |
Fig. 4 - Exemplo de uma igreja gótica - catedral de Amiens. |
As viagens e peregrinações
Fig. 5 - Catedral de Santiago de Compostela (um dos principais locais de peregrinação deste período) |