Os dois post anteriores sobre este período foram: um sobre a Europa e outro sobre Portugal, em específico.
O de hoje vai ser sobre os valores, as vivências e o quotidiano que se vivia durante este período.
Irei abordar os seguintes temas:
- as ordens mendicantes e as confrarias que as seguiram;
- a arte gótica com todas as suas características;
- as peregrinações e as viagens que se começam a realizar durante este período;
- e o surgimento das universidades.
As ordens mendicantes
Estas ordens, mais especificamente, a Ordem dos Frades Menores (que depois se tornariam Franciscanos) e a Ordem dos Pregadores (futuramente denominados de Dominicanos), foram fundadas durante o final do século XII e o início do século XIII por Francisco de Assis e Domingos de Gusmão, respetivamente.
Durante este período, com o enriquecimento das ordens monásticas (ainda que os monges, em si vivessem a pobreza) e dos bispos e padres diocesanos que viviam na opulência, apareceu duas heresias - os cátaros e os albingenses. Estes acreditavam que haviam dois princípios da Criação, um bom que tinha criado o mundo espiritual, e um mau que tinha criado o mundo material. Desta maneira, eles desprezavam a matéria e desaprovavam todas as ações que estivessem relacionadas com ela (alimentar-se, casar-se, receber os sacramentos...).
Como resposta a estas heresias, apareceram estas duas ordens. A primeira para ir contra a afirmação de que o mundo material é mau (ex: São Francisco ao cantar o Cântico das Criaturas, chama às criaturas suas irmãs, filhas do mesmo Pai Criador), e a segunda para contemplar a verdade através do estudo e da prática das virtudes, para depois pregá-la aos hereges para os converter.
Após o aparecimento destas ordens, começaram a aparecer as confrarias, as quais eram grupos de pessoas que se dedicavam ao auxílio dos mais necessitados e também uns dos outros, vivendo no mesmo espírito das mesmas.
A arte gótica
Com a diminuição do nº de invasões (e consequente aumento dos períodos de paz), o aumento da população durante os séculos XI e XII, e o aumento do poder das cidades; aparece este estilo artístico.
As suas características principais são as seguintes:
- o arco em ogiva;
- os múltiplos vitrais coloridos que representavam episódios da bíblia e da vida dos santos;
- a verticalidade;
- a sua altura colossal;
- os arcobotantes e os contrafortes.
Fig. 2 - principais características da arquitetura gótica. |
Fig. 4 - Exemplo de uma igreja gótica - catedral de Amiens. |
As viagens e peregrinações
Durante este período, melhoram as condições para viajar (as estradas, as estalagens, a segurança...).
Mesmo assim, apenas se viajava com um motivo forte (ir em peregrinação, em viagem de negócios/diplomática) pois os perigos e as providências necessárias para fazer uma viagem eram muitos, e não eram para serem levadas de ânimo leve.
Fig. 5 - Catedral de Santiago de Compostela (um dos principais locais de peregrinação deste período) |
O surgimento das universidades
Com o desenvolvimento das cidades, e com o desenvolvimento dos aparelhos do estado, os burgueses começam a sentir a necessidade de instruir os seus filhos no funcionamento dos aparelhos do estado, de forma a poderem ascender hierarquicamente, com maior facilidade.
Para sustentar esta nova procura do ensino pelos leigos, as escolas monásticas e das catedrais que se foram desenvolvendo, e em alguns casos, fundindo-se, e originando as universidades.
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