quinta-feira, 17 de junho de 2021

Europa nos séculos XVII e XVIII - parte 1

 A população europeia durante este período sofreu uma alteração drástrica.

Mesmo que, inicialmente a taxa de mortalidade continuasse alta devido às guerras*, epidemias (menos graves que as do século XIII) e fomes, as condições foram melhorando através das seguintes medidas:

  •  o maior cuidado com a higiene (utilização mais frequente de sabão, aparecimento de esgotos e água corrente nas cidades mais importantes...), 
  • a melhoria da alimentação com o aumento do consumo de cereais (em especial, com a substituição dos cereais piores pelo trigo), a introdução das colheitas dos tubérculos, de forma a poder alimentar o gado durante o inverno, e possibilitar o comer carne fresca durante todo o ano;
  • a melhoria nos materiais utilizados na construção de casas substituindo a madeira pelos tijolos para as paredes, o colmo por pedra ou ardózia;
  • o desenvolvimento da medicina e da cirurgia;
  • e a maior atenção na destruição do lixo e do enterramento apropriado dos mortos.

Os pontos que irei abordar neste post são:
  • a reforma protestante que origina várias guerras, incluido *"A Guerra dos 30 anos";
  • a coesistência do absolutismo e do parlamentarismo nos vários reinos europeus;
  • e o caso particular português.

Guerras e a "Reforma Protestante"

Com a "reforma protestante" (século XVI) deixa de haver o papel unificante da Igreja Católica, tal como havia nos séculos anteriores, e passa a haver as "guerras religiosas entre católicos e protestantes" em que a paz passa a ser fruto do medo do que a outra nação pode fazer, e não pelo respeito e pela irmandade sentida por se ser da mesma religião católica.

Absolutismo

Durante este período a grande maioria dos reinos está sob o poder de uma monarquia absoluta.
Para chegar a este ponto os reis enriqueceram-se retirando parte dos poderes dos nobres e dando-o aos burgueses.
Estes vivem na opulência para demonstrar o seu poder, e através da sua grande riqueza privada (no caso português, com origem no ouro e diamantes brasileiros) passam a não necessitar de pedir fundos nas Cortes, reinando totalmente sozinhos. 

Governos Parlamentaristas

Em Inglaterra e na Holanda (reinos parcialmente/totalmente protestantes) aparecem governos parlamentaristas em que existe um monarca que detém o poder executivo mas, o poder legislativo encontra-se sob o domínio do Parlamento, sem a aprovação do qual o rei não pode executar nenhuma lei. Já o poder judicial passa a ser detido pelos tribunais, sendo completamente independente dos outros dois poderes.

Caso português

Em Portugal também existe a monarquia absoluta. No entanto, o rei passa a ter funcionários seus por todo o reino sendo que estes controlam o governo a nível local, os tribunais... Com o passar do tempo, estes funcionários começam a ficar mais independentes do rei, originando os organismos de administração da Coroa (exs: Secretarias de Estado do Reino, de Guerra...).

terça-feira, 1 de junho de 2021

Valores, vivências e quotidiano da Europa no século XI -XIV

 Os dois post anteriores sobre este período foram: um sobre a Europa e outro sobre Portugal, em específico.

O de hoje vai ser sobre os valores, as vivências e o quotidiano que se vivia durante este período.

Irei abordar os seguintes temas:

  • as ordens mendicantes e as confrarias que as seguiram;
  • a arte gótica com todas as suas características;
  • as peregrinações e as viagens que se começam a realizar durante este período;
  • e o surgimento das universidades.

As ordens mendicantes

Estas ordens, mais especificamente, a Ordem dos Frades Menores (que depois se tornariam Franciscanos) e a Ordem dos Pregadores (futuramente denominados de Dominicanos), foram fundadas durante o final do século XII e  o início do século XIII por Francisco de Assis e Domingos de Gusmão, respetivamente.

Fig. 1 - Encontro entre São Francisco (à esquerda) e São domingos (à direita).


Durante este período, com o enriquecimento das ordens monásticas (ainda que os monges, em si vivessem a pobreza) e dos bispos e padres diocesanos que viviam na opulência, apareceu duas heresias - os cátaros e os albingenses. Estes acreditavam que haviam dois princípios da Criação, um bom que tinha criado o mundo espiritual, e um mau que tinha criado o mundo material. Desta maneira, eles desprezavam a matéria e desaprovavam todas as ações que estivessem relacionadas com ela (alimentar-se, casar-se, receber os sacramentos...).

Como resposta a estas heresias, apareceram estas duas ordens. A primeira para ir contra a afirmação de que o mundo material é mau (ex: São Francisco ao cantar o Cântico das Criaturas, chama às criaturas suas irmãs, filhas do mesmo Pai Criador), e a segunda para contemplar a verdade através do estudo e da prática das virtudes, para depois pregá-la aos hereges para os converter.

Após o aparecimento destas ordens, começaram a aparecer as confrarias, as quais eram grupos de pessoas que se dedicavam ao auxílio dos mais necessitados e também uns dos outros, vivendo no mesmo espírito das mesmas.


A arte gótica

Com a diminuição do nº de invasões (e consequente aumento dos períodos de paz), o aumento da população durante os séculos XI e XII, e o aumento do poder das cidades; aparece este estilo artístico.

As suas características principais são as seguintes:

  • o arco em ogiva;
  • os múltiplos vitrais coloridos que representavam episódios da bíblia e da vida dos santos;
  • a verticalidade;
  • a sua altura colossal;
  • os arcobotantes e os contrafortes.
Fig. 2 - principais características da arquitetura gótica.


Fig. 3 - Exemplo de vitrais góticos.


Fig. 4 - Exemplo de uma igreja gótica - catedral de Amiens.



As viagens e peregrinações

Durante este período, melhoram as condições para viajar (as estradas, as estalagens, a segurança...).
Mesmo assim, apenas se viajava com um motivo forte (ir em peregrinação, em viagem de negócios/diplomática) pois os perigos e as providências necessárias para fazer uma viagem eram muitos, e não eram para serem levadas de ânimo leve.

Fig. 5 - Catedral de Santiago de Compostela (um dos principais locais de peregrinação deste período)


O surgimento das universidades

Com o desenvolvimento das cidades, e com o desenvolvimento dos aparelhos do estado, os burgueses começam a sentir a necessidade de instruir os seus filhos no funcionamento dos aparelhos do estado, de forma a poderem ascender hierarquicamente, com maior facilidade. 
Para sustentar esta nova procura do ensino pelos leigos, as escolas monásticas e das catedrais que se foram desenvolvendo, e em alguns casos, fundindo-se, e originando as universidades.

Fig. 6 - Universidade de Bolonha (uma das primeiras universidades da Europa) 


quarta-feira, 26 de maio de 2021

História de Portugal nos séculos XI a XIV

No post passado falei-vos da História da Europa Medieval durante os séculos XI a XIV.

Neste post irei falar-vos sobre o que se passava em Portugal durante esse mesmo período.


Durante estes séculos ocorreu a Reconquista Cristã (718 - 1492), durante a qual ocorreu a formação de Portugal.

Como foi o processo da formação de Portugal?

Em primeiro lugar, temos de ir ao tempo em que se formou o condado portucalense.


Este condado foi concedido a Henrique de Borgonha no ano 1096 pelos serviços por ele prestados, na reconquita cristã, ao rei D. Afonso VI de Leão e Castela.

Este conde desejava a independência do condado, transformando-o num reino; mas esse desejo só se cumpriria após a sua morte (em 1112) pelo seu filho, D. Afonso Henriques.

O reconhecimento da sua indepêndencia ocorreu em duas datas diferentes; em 1143 pelo rei Afonso VII no Tratado de Zamora, e em 1179 pela Igreja Católica através da bula pontifícia Manifestis Probatum do Papa Alexandre III.


Após a Independência de Portugal os Reis foram conquistando mais territórios aos Mouros (terminando a Reconquista em 1249 com Afonso III) sendo ajudados pelas ordens religiosas-militares (Templários, Hospitalários, Cavaleiros de Compostela, de Calatrava) e, ocasionalmente, pelos Cruzados. 

Os reis condediam a estas ordens militares partes das terras conquistadas, como agradecimento pelo seu auxílio, e de forma a que estas as populassem e protegessem. 


Agora irei falar-vos sobre as pecularidades de Portugal em relação ao resto da Europa.

A 1ª é o facto de que em Portugal a rede formada pelas relações de vassalagem era muito menor; pois o rei tinha vassalos e, ao contrário dos outros senhores europeus, estes senhores apenas tinham como vassalos os cavaleiros, em vez de outros nobres.

A 2ª é que, em vez de comunas, como no resto da Europa, começaram a formar-se concelhos (através de cartas de foral dadas pelo rei, ou por um senhor) nos quais os seus habitantes tinham de pagar menos impostos, os habitantes mais importantes (burgueses, comerciantes...) ocupavam os cargos mais importantes. 

Mas, não tinham autonomia total pois havia em cada um deles um alcaide que representava o rei no conselho, o qual liderava o exército da cidade nas batalhas.

Com a formação dos conselhos, e com as Inquirições Gerais (verificações em que os funcionários dos reis verificavam se os nobres estavam a abusar do seu poder (ex: roubando terras ao rei)), os reis procuravam controlar o poder dos senhores e centralizar o poder em si próprios.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

História da Europa nos séculos XI - XIV

 Neste post irei falar-vos da História da Europa durante os séculos XI - XIV.


Em primeiro lugar, tenho de vos apresentar o contexto histórico.

A Idade Média inicia-se no ano 476 com a queda do Império Romano do Ocidente.

Depois da sua queda, povos bárbaros começaram a formar pequenos "reinos" no seu antigo território.

A única coisa que foi unindo estes povos bárbaros foi a fé cristã, à qual se foram convertendo os vários reis seguidos dos seus súbditos.


Pronto, estão os reinos minimamente formados. O que se segue?

Mesmo com os reinos formados, a Europa encontrava-se numa situação de possível invasão constante, o que deu origem ao feudalismo.

Eu explico:

Primeiro, o rei necessita de auxílio militar para as guerras, por isso, concede algumas das suas terras a um nobre, em troca desse auxílio em tempo de guerra. Este por sua vez faz o mesmo, mas com um nobre de menor estatuto social; o seu vassalo faz o mesmo, e assim sucessivamente até chegar ao nível dos cavaleiros.



O povo era outro grupo da sociedade. Este necessitava de proteção militar, por isso, punha-se ao serviço do senhor feudal trabalhando as suas terras e pagando imposto sobre as mesmas, em troca da proteção do mesmo.

Fora destes dois grupos sociais, existia ainda outro - o clero.

Este era constituído por todas as partes da hierarquia eclesiástica, desde cardeais, bispos e sacerdotes de paroquias ricas, a frades e párocos das paroquias mais pobres. Dentro dela também haviam os mosteiros femininos e masculinos, os quais, em conjunto com o alto clero, também eram senhores de alguns dos feudos do reino.

Basicamente, isto é o feudalismo.


Agora em relação aos séculos XI - XIV em si:

Durante estes séculos ocorrem várias coisas.

Mas, as principais são as seguintes: as Cruzadas, o desenvolvimento da agricultura e do comércio; as guerras entre os vários reinos, em especial, a Guerra dos 100 anos; e o aparecimento da peste negra e da fome devido a más colheitas.


As Cruzadas

No século XI ocorre a invasão islâmica da Península Ibérica e do Império Bizantino.

O Imperador Bizantino Aleixo I pede auxílio militar ao Ocidente para se defender e reconquistar as múltiplas terras que tinha perdido do seu império, em especial, as da Terra Santa.

Ao ouvir este apelo, o Papa Urbano II convoca a 1ª Cruzada para ir em auxílio dos seus irmãos em necessidade e para recuperar a Terra Santa.

Esta foi apenas a 1ª de 8 Cruzadas, sendo que parte delas foram para reconquistar a Península Ibérica.

No final destas (em 1291), os cruzados fracassaram na sua missão, sendo a única exceção, a reconquista da Península Ibérica.


O desenvolvimento da agricultura e do comércio

Durante os séculos XII e XIII ocorre um desenvolvimento de novas técnicas de cultivo (exs: arroteamento de terras, rotação trienal de parcelas...). Estas permitiram a produção de excedentes, que eram vendidos nos mercados e nas feiras.
Com estes mercados e feiras começaram a aparecer artesãos e comerciantes que vendiam os seus produtos. Eles viviam ao redor das muralhas dos castelos feudais, de forma a não terem de pagar imposto aos nobres.
Com o passar do tempo o seu número vai aumentando e vão-se formando as primeiras comunas, que não eram nem mais nem menos do que cidades autónomas em relação aos senhores feudais nas quais viviam e mandavam estes comerciantes, os quais, mais tarde se passariam a chamar os burgueses.
Para além do comércio local, começa a haver comércio entre mercadores de várias cidades e, como as várias terras tinham diferentes moedas, começaram a aparecer os banqueiros e os cambistas de forma a tornar o comércio mais eficaz.

A peste, as guerras, e as alterações climáticas

No final do século XIII, aparecem três catástrofres que assolam a europa; a guerra, a peste negra e as alterações climáticas.
Dentro desta primeira, existiram várias, mas, a principal foi a Guerra dos 100 anos entre a França e a Inglaterra, a qual envolveu vários paízes.
Para agravar a situação, ocorreram alterações climáticas que devastaram as colheitas, originando uma grande fome, o que resultou em grandes revoltas e assaltos por parte dos camponeses esfomeados.
E para piorar a situação a peste negra chega à Europa por barcos de mercadores e mata 1/3 da população Europeia.


Final da Idade Média

Mesmo com tantas catástrofes a acontecer, os senhores feudais continuaram a cobrar os impostos aos camponeses. Mas, como o seu número diminuiu drásticamente ainda têm mais dificuldade em pagar, e fogem dos senhorios para as comunas. Estas como também tinham perdido grande parte da sua população, recebem-nos de braços abertos, de forma a terem mais mão de obra na sua cidade.
Estas fugas eram suportadas pelo rei pois ele não só era a favor do comércio, como também queria ter mais controlo sobre os seus nobres.
Estes, como não conseguiam controlar estas revoltas dos camponeses, pediam auxílio ao rei e uniam os seus exércitos. Com estes favores e alianças o rei foi centralizando o poder em si, o que vislumbrava o absolutismo que viria no futuro. 


quarta-feira, 14 de abril de 2021

Questão

 Na série Ladybug (cujo titulo completo não tenho paciência para descobrir), o Falcão Traça "akumatiza" as pessoas para que elas lhe deem os "miraculos" da Ladybug e do Gato-noir. As pessoas "akumatizadas" normalmente têm algum poder que afeta as pessoas à sua volta. A Ladybug e o Gato-noir derrotam o vilão (pessoa akumatizada) e a Ladybug devolve tudo ao normal. Por exemplo o "Bolhas", prendia pessoas (aqueles que o irritavam, chateavam ou simplesmente discordavam dele em alguma coisa) dentro de bolhas e mandava-os para o espaço.

Então a minha questão é: se algum vilão conseguisse capturar os miraculos, e dá-los ao Falcão Traça, o que acontecia ao vilão e às pessoas afetadas por ele? Ficavam como estavam para sempre? O Falcão Traça retirava o akuma e as pessoas voltavam ao normal? E se ficavam como estavam, o vilão começaria a atacar as pessoas fora de Paris?

Atenção: Eu já não vejo a série da Ladybug à algum tempo.

Nota: se tiver escrito algum termo/nome da série, mal, peço desculpa a qualquer pessoa particularmente sensível aos ditos erros.